sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Quem é o outro para mim

Gn 2, 18-24 - Quem é o outro para mim (2° Encontro)

Este texto bíblico, que hoje nos é apresentado, permite entender que Deus, na sua infinita misericórdia, cria a mulher, pois reconhece que não é bom para o homem ficar sozinho. Aqui a preocupação do autor sagrado é de justificar o relacionamento conjugal, isto é, a partir de um encontro com o outro que o homem se permite a fazer um encontro com aquele (a) que o (a) possa completá-lo (a). 

A partir deste texto e levando em conta o seu contexto, encontramos a posição da mulher que era de apoio ao marido, ou seja, como bem apresenta a narrativa: “vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele”. A palavra auxiliar nos faz entender o desejo do coração do Pai: a partir de um relacionamento interpessoal o ser humano é capaz de encontrar o sentido de sua existência em alguém que possa completá-lo. Eis a beleza do sacramento do matrimônio: no primeiro momento o olhar atrai. Aquele que se sente atraído se questiona: será que é isso que estou sentindo mesmo? Será que serei correspondido? 

Diante de tantos questionamentos podemos encontrar as possíveis respostas no agir divino: um dos aspectos mais admiráveis é o fato do Senhor formar a mulher (uma auxiliar) de uma costela, pois segundo a antiga tradição, costela é o mesmo que vida. Não uma vida qualquer, mas a vida que permite o homem ser completo, ou seja, saber que é outro para si. 

É a partir deste encontro com o outro, que o homem recebe a graça de encontrar-se com as maravilhas de Deus: Eva, ou seja, a mãe dos viventes, aquela que tendo recebido a vida de Deus, será um sinal de vida para o homem. 

Vocês, casais das Equipes de Nossa Senhora, não encontram a vida em Eva. Mas a fé em Deus, manifestada no agir da nova Eva (a mulher da aliança), a Ave Cheia de Graça, é que lhes possibilita viver o encontro consigo mesmo. Nesse encontro cai por terra tudo o que estava aprisionado e assim lhes permite viver numa dinâmica do amor a Deus, se fazendo próximos daqueles que de fato necessitam dessa proximidade. 

A experiência matrimonial, que engloba os desafios, desafetos e desencontros, permite ao casal equipista perceber que a vida a dois acontece no ordinário da vida e que as pequenas coisas podem ter sido deixadas de lado. São estas pequenas coisas que podem tanto fazer perdurar como exterminar a vida matrimonial. Vale recordar que o amar e o apaixonar são duas situações da vida humana que podem ajudar ou desestruturar a vida conjugal. 

A partir do encontro de um com o outro sugiro a vocês fazerem uma experiência: Convido-os a permanecerem juntos. Que este permanecer possa permitir que vocês se toquem, se abracem, que deitem um no colo do outro e que estes gestos ,de fato, sejam para vocês o estar juntos. Não é preciso falar nada, mas podem se tocar, se abraçar, deitar no colo, enfim, estar juntos, mas sem falar nada. Tendo seguido estes passos façam uma partilha de como foi este reencontro com este outro. 

Pe. Márcio Felipe de Souza Alves
SCE das Equipes 6A e 7A e do Setor Jundiaí A
* Tema apresentado no Retiro Anual das ENS Jundiai (19, 20  e 21/Out/2012)


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