segunda-feira, 30 de julho de 2012

Amor e Rotina

Como todos vocês sabem, um dos grandes desafios do amor, qualquer que seja ele, é cuidar para que não caia na rotina. Infelizmente, entre muitos casais não é raro que isso aconteça, e com uma velocidade bastante rápida.

Depois de alguns meses, aquele sabor de novidade vai passando, o entusiasmo vai diminuindo, e o que fica é o peso da vida: o trabalho, as responsabilidades, as diferenças de temperamento, os assuntos recorrentes etc. O que muitas pessoas esquecem é que o amor não pode parar!

Nesse sentido, é muito importante termos presente esta verdade fundamental para o amor: “o fogo do amor mantém-se vivo quando se queimam coisas novas”. Essa imagem do amor comparado ao fogo me parece muito feliz. De fato, o amor é um fogo que pode se alastrar cada vez mais, sem limites. No entanto, assim como o fogo, ele precisa ser alimentado. Da mesma maneira que precisamos alimentar continuamente o fogo, com carvão ou ar, para que ele não se apague, o amor precisa ser alimentado sempre. E como se alimenta o amor? Eu diria que de duas formas:

a) Continuando a praticar os gestos de amor que existiam quando namorados. Muitos casais se esquecem de que aquilo que faziam quando eram namorados não pode parar quando se casam. O que faziam?
- vestiam-se com a melhor roupa para o outro;
- elogiavam continuamente o outro: “você é a criatura mais bonita que eu já vi”, “você é demais”, “tudo o que você faz é maravilhoso” etc.;
- iam sempre a um restaurante, a um cinema;
- davam-se presentes frequentemente;
- comemoravam festas importantes: dia do início do namoro, dia do noivado etc.;
- estavam sempre se abraçando e se acariciando;
- ligavam um para o outro várias vezes por dia etc., etc.
Será que essas coisas continuam acontecendo? Será que fui deixando de lado esses gestos porque me acomodei, porque a vida foi se tornando difícil, porque fui me decepcionando com o outro cônjuge? Nada disso deve ser obstáculo para o amor. O amor não pode parar! Se para, o fogo se apaga.

b) Tendo novos gestos e iniciativas de amor. A rotina não é própria do amor. Quem ama quer surpreender sempre a pessoa amada, não é verdade? Nesse sentido, que iniciativas tenho tido? Que novidades? Que surpresas? Por exemplo:
- vou hoje levar um buquê de rosas para a minha esposa;
- vou hoje levar uma Nhá Benta especial para o meu marido;
- vou quebrar o esquema: é terça-feira e vou levar minha esposa ao cinema;
- vou alugar um filme que meu marido adora e vou deixar tudo pronto para quando ele chegar em casa;
- faz anos que não escrevo uma carta: vou escrever uma para a minha esposa e dizer que está num lugar escondido;
- meu marido adora aquele jogador de futebol: vou comprar um DVD com os seus melhores gols etc., etc.
Será que estou pensando continuamente em ter essas novidades? Quando foi a última vez que tive uma iniciativa como essa?

Como está o "fogo do meu amor"? Seja ele o amor a Deus, o amor ao próximo, o amor ao outro cônjuge. Tenho alimentado esse amor? Façamos o propósito de não esquecer esta frase valiosíssima para a nossa vida: "o fogo do amor mantém-se vivo quando se queimam coisas novas"! Coloquemos em prática essa verdade e nosso amor nunca deixará de ser uma brasa e uma brasa que cresce a cada dia.

Uma santa semana a todos!

Pe. Paulo M. Ramalho
Sacerdote ordenado em 1993 
Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP
Doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce
Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais)

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