quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Amar a Igreja significa ter a coragem de fazer opções difíceis, diz Bento XVI

O Papa Bento XVI realizou na manhã desta quarta-feira, 27, a última Catequese de seu Pontificado. Uma multidão de fiéis compareceu à Praça São Pedro, no Vaticano, para acompanhar de perto a última atividade pública do Santo Padre. 

Bento XVI enfatizou que amar a Igreja é também ter coragem de fazer opções difíceis, visando sempre ao bem da Igreja, e não de si mesmo. Ele agradeceu aos fiéis pelo afeto de todos e, sobretudo, a Deus, que guia e faz crescer a Igreja. 

“Obrigado de coração, estou realmente tocado e vejo a Igreja viva. Penso que devemos agradecer também ao Criador, pelo clima belo que nos dá, ainda no inverno. Como o apóstolo Paulo no texto bíblico escutado, também eu sinto no meu coração dever agradecer sobretudo a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra e assim alimenta a fé no seu povo. Neste momento, a minha alma se expande para abraçar toda a Igreja no mundo”. 

Bento XVI também destacou que leva consigo todos em oração, um presente de Deus, confiando tudo e todos ao Senhor. Em especial neste momento, ele disse que há em si uma grande confiança, porque ele sabe, todos sabem, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida. 

“O Evangelho purifica e renova, traz frutos, onde quer que a comunidade de crentes o escuta e acolhe a graça de Deus na verdade e vive na caridade. Esta é a minha confiança, esta é a minha alegria”

O Santo Padre recordou ainda o dia em que assumiu o Pontificado, em 19 de abril de 2005. Ele disse que, nesses oito anos de pontificado, sempre sentiu que, na barca, está o Senhor. “Sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor”

Ele reconheceu que um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe caiba a primeira responsabilidade. “O Senhor colocou ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e sustentaram. Porém, sentindo que minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito”

Bento XVI deixa o Ministério Petrino nesta quinta-feira, 28, às 20h (horário de Roma, 16h em Brasília) e passará um período em Castel Gandolfo até a eleição do novo Pontífice.

Mensagem


domingo, 24 de fevereiro de 2013

EACRE 2013

TESTEMUNHO

No Mosteiro de Vila Kostka, Indaiatuba onde por muitos anos os bispos (CNBB) se reuniam para discutir os destinos da Igreja no Brasil, estivemos no EACRE 2013.

Naquelas muitas cadeiras e quartos ocupados por gente como Dom Gabriel (1º Bispo de Jundiaí), Dom Luciano Mendes de Almeida, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Pedro Casaldáliga e tantos outros bispos santos, nós, equipistas de Nossa Senhora, fomos orientados na nossa caminhada de santidade para o Ano de 2013.

O nosso tema "O caminho da vida espiritual em casal" e nosso lema "Se alguém tem sede, venha a mim e beba" (Jo 7,37), nos foi apresentado como um importante instrumento para esta nossa caminhada neste Ano Internacional da Fé.

Que todos nós possamos fazer deste tema de estudo a nossa escola de fé em 2013 e que ao final deste ano ao olharmos o caminho percorrido, possamos dizer: Caminhamos mais um pouco rumo a nossa santidade conjugal.

E que Maria nos ajude nesta nossa missão de CRP, CRR, CRS, CRE, CL, CP e SCE, estendendo seu manto sobre nós. Amém.

Luiz Roberto e Eliana
Equipe 5B - Jundiaí


FOTOS

Disponibilizamos todas as fotos desses dias de EACRE, com o objetivo que todos os Setores possam utilizá-las, em 2 álbuns: 

Para ver as fotos (536) do 1º dia, clique aqui.
Para ver as fotos (281) do 2º dia, clique aqui.



terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Noite de Oração de Fevereiro - Pe. Caffarel, um profeta para o nosso tempo

Aconteceu nesta segunda-feira, dia 18/02, a Noite de Oração e Formação das Equipes de Nossa Senhora de Jundiaí. Foi uma noite muito agradável, preparada pelas Equipes 1A e 3B e felizmente compartilhado por muitos casais. 


Separamos alguns trechos dessa rica formação sobre Pe. Caffarel, o profeta do nosso tempo:

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É sempre bom precisar o que entendemos por profeta. Para muitos o profeta é algo como um vidente, adivinho, é aquele que conhece algo do futuro; e por aí vai... O profeta não é aquele que anuncia o que está por vir, mas aquele que faz sobre a situação atual um julgamento inspirado pelo Espírito, em relação aos hábitos correntes e os desvios.  

Em Israel, o profeta era um homem chamado por Deus e que vivendo a fé falaria em nome dele. Aquele que comunica para provocar a conversão e uma resposta ao chamado de Deus. Para nós, hoje, profeta é alguém que fala aos outros em nome de Deus. É um homem possuído pelo Espírito, com experiências espirituais amadurecidas, que conserva em sua pregação as riquezas e limitações de uma época determinada. É um mensageiro e interprete da mensagem divina, que pode chegar ao profeta de diversas maneiras: numa visão, num sonho..., mas na maioria dos casos por uma inspiração interior. 

O profeta não relata fatos passados ou futuros, mas interpreta os acontecimentos para descobrir o modo de atuar de Deus e a sua Aliança com os homens. Reprovações, censuras, palavras de esperança e de restauração, tudo manifesta o amor do Pai que prepara, corrige e molda seu povo, para que seja capaz de acolher em seu Filho a Salvação. 

A vinda de Cristo não extingue o profetismo. “As profecias um dia desaparecerão”, explica S. Paulo; mas isto será no fim dos tempos. “Oxalá todo o povo seja profeta!” almejava Moisés. 

Seria difícil entender a missão de muitos santos da Igreja abstraindo do carisma profético. 

O Cardeal Lustiger, em sua homilia na missa celebrada por intenção do Pe. Caffarel disse que ele foi “uma das grandes figuras dadas por Deus à sua Igreja no decurso deste século (XX)”

Cristo, o único profeta dos tempos novos, quis que fosse manifestada sua missão profética em alguns de seus servidores. Certamente Pe. Caffarel foi um deles. Não abusemos do título de “profeta”: somente Deus o designa. Utilizei-o, contudo, com relação ao Pe. Caffarel. 

O que nos faz ver no Pe. Caffarel um profeta? 

Num tempo em que não se vislumbrava caminhos para que casais cristãos se santificassem através de seu matrimônio, Pe. Caffarel e os quatro casais pioneiros decidiram encontrar esse caminho.Tocados pelo Espírito Santo, descobriram esse caminho – as ENS, perseveraram nele e o indicaram a outros casais 

Em Chantilly aos RR, em 1987 :
“Pois bem, atrevo-me a crer hoje, após quarenta anos, que na origem das ENS houve um carisma fundador. Mas, atenção! Não me tomo por inspirado, nem profeta, nem por santo. No começo não suspeitava qual seria o futuro. Não se dizia: ‘O Espírito Santo levou-me a fazer isto’. É só hoje, após quarenta anos, diante do desenvolvimento das ENS, que eu penso: em 1939, com os quatro primeiros casais, houve alguma coisa e não apenas uma boa ideia; alguma coisa mais que o simples entusiasmo; aquele encontro não foi um encontro fortuito; a Providência e o Espírito Santo ali estavam de algum modo”

Foi um homem aberto à ação do Espírito Santo, ao que o Senhor de algum modo lhe falava. À questão: como percorrer esse caminho? Colocando-se nas mãos de Deus disse: “Vamos procurar juntos!”. Eis aí uma ação profética! 

Foi um homem de oração, um “buscador de Deus”, ou como também foi chamado, um “sedento de Deus”. A partir de seu “encontro” com Cristo, aos vinte anos, a sua existência inteira foi uma busca apaixonada do Deus vivo e dos caminhos que levam a Ele. 

* Ficava horas em oração interior, sem mover, recolhido no mais profundo de si. 

* Na época de seus estudos para o sacerdócio, freado em sua atividade intelectual, compensava com três horas diárias de oração interior. 

* Ao iniciar suas grandes realizações, reservava três meses por ano de “deserto” para mergulhar mais profundamente na oração e pensar sua ação à luz do Senhor. Prática que começara por volta de 1943 e durou bem mais de quarenta anos. 

* Trousurres: casa de oração - semanas de oração 

Sempre “aberto” ao que o Senhor lhe dizia pela sua Palavra e meditação e também por reflexões sobre a vida. Sempre preocupado em levar o Cristo ao seu próximo. 

Ainda da homilia do Cardeal Lustiger : Duas preocupações orientaram toda a sua ação na diversidade de suas iniciativas: 
· Por um lado, a vida do casal, da família, o amor humano; 
· E, por outro lado, o amor de Deus e a oração. 

Ele descobriu sua missão: engrandecer a dignidade do amor humano, numa época em que ninguém suspeitava o quanto ele seria ameaçado pela própria evolução dos costumes de da cultura. Simultaneamente, propunha aos casais não somente empenhar-se nessa descoberta exigente do sacramento do matrimônio, mas também responder a Deus que os chamava à santidade 

Quando fervilhava a reflexão dos cristãos sobre o que viria a ser o “apostolado dos leigos”, o Pe. Caffarel propôs aos leigos desejar nada menos que a santidade; no e pelo sacramento do matrimônio. 

Em tudo isso ele antecipou o sopro do II Concílio Vaticano quanto à vocação dos leigos: vocação à santidade. Antecipou também a necessidade de dar uma força sobrenatural à nossa vida para que ela fosse capaz de fazer frente às crises futuras: as de nosso tempo. 

Sugestão de pergunta para o Dever de Sentar-se: Há entre nós dois, casal, o desejo de caminhar para a santidade? 

Foi um homem de visão: a intuição inicial do Pe. Caffarel surge no contexto duma religião individualista. 

Foi Consultor da “Comissão Pontifícia para o Apostolado dos Leigos”, preparatória do Concílio Vaticano II. Como consultor tendo em vista a expressão “leigos”, geralmente tomada no sentido individual, chama a atenção para o casamento cristão, uma idéia presente desde o princípio foi descobrir o pensamento de Deus sobre o casal e sobre todas as suas realidades. 

Das reflexões sobre a forma de viver cristãmente as realidades conjugais e familiares, pareceu-lhes necessário desenvolver, custasse o que custasse uma espiritualidade para cristãos casados, porque o ensinamento da Igreja para homens e mulheres que queriam santificar-se, era uma espiritualidade elaborada por monges e religiosos. Havia uma descoberta a ser feita, pois, do contrário os casais jamais iriam longe no caminho da santidade presos a uma espiritualidade de monges. A espiritualidade do casal não poderia ser a do celibatário ou do padre. E isso antes do CV II. 

Padre Caffarel foi um apóstolo

Toda sua ação, todos os seus empreendimentos têm por objetivo transmitir aos outros essa sua obsessão pelo Deus vivo. Sua preocupação permanente era ajudar as pessoas a esse “encontro” com Cristo, que ele mesmo tinha feito e que transformara sua vida. Era um homem prático que diante das realidades procurava responder às necessidades percebidas. Não se tratava para ele de fornecer ideias às pessoas, mas de fazê-las viver, e viver em Cristo. Vendo sua obra e lendo seus textos vemos um eco da exclamação de S. Paulo “Ai de mim se não evangelizar”. Pe. Caffarel quis ser realmente um sacerdote de Jesus Cristo. 

Foi um homem inventivo/criativo 

Era fascinante, para seus colaboradores, ver suas ideias jorrarem e, mais ainda, traduzir-se em proposições concretas que as fizessem aplicar-se à vida: 

- Equipes de Nossa Senhora 
- Trabalho com jovens em diversas ocasiões: ação católica dos jovens da França (na faculdade de direito) no começo depois da ordenação, já JOC, durante 3 anos. 
- Fraternidade N. Sra. da Ressurreição 
- Esperança e Vida (viúvas) 
- Intercessores 
- Centro de Preparação ao Casamento (curso de noivos) 
- Centro de oração em Troussures (semanas de oração) 
- Cadernos sobre a oração 1983-1989 (83 anos) 
- O anel de outro 1945 (l’anneau d’or) 
- La Chambre Haute (1973) 

Um homem exigente, pioneiro e humilde (afastamento 1973), até em seu funeral e sepultura.

Nas ENS:
- Pela primeira vez se fala em espiritualidade conjugal 
- Despertou para o verdadeiro significado da sexualidade humana 
- Peregrinações – uma forma de mostrar o matrimônio – face doce e sorridente da Igreja 
- União entre o sacerdócio e o matrimonio 
- Diálogo conjugal (dever de sentar-se)

“O teu amor sem exigências me diminui; a tua exigência sem amor me desencoraja; o teu amor exigente me engrandece” (Pe. Caffarel)

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Outras fotos desta noite estão aqui.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

EJNS - Boas noticias!

Amigos,

Gostaríamos de informar que ontem, 17/02/2103, foi a 1ª reunião de pilotagem das ”EQUIPES JOVENS DE NOSSA SENHORA - EJNS”. Foi aqui em nossa casa! Deus nos deu mais esse presente.

São jovens, alguns novinhos, no colegial (16 anos), outros jovens prestando vestibular, outros mais adultos (até 30 anos), já na faculdade.... Foi muito bom tê-los aqui (apesar de não termos participado).

Nossa filha Simone está pilotando uma equipe e a outra filha Ana Carolina está sendo pilotada em outra. Essa pilotagem tem o acompanhamento dos responsáveis do setor em Vinhedo. Todos os meses eles se deslocam para cá para as prévias e reuniões. Os filhos da Nadir e Carlos (Natali e Nicolas) também estão sendo pilotados. Procuram agora um conselheiro, rezemos por eles!

Uma das equipes que começou dia 17/02
Agora são 3 equipes em Jundiai. Precisam de casal equipista acompanhador e Conselheiro. A equipe nº 1 é a mais antiga.

Quem souber de algum jovem que tenha interesse, entrem em contato conosco.

Vilma e JP
Equipe 7B - Jundiaí

Para mais informações sobre as Equipes  Jovens de Nossa Senhora, acesse www.ejnsbrasil.com.br.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Orientações para a quarta-feira de cinzas

Quarta-feira de Cinzas é dia de Jejum e Abstinência


E também é dia também de ir à Missa!





Mensagem de Sua Santidade Bento XVI para a Quaresma de 2013

Crer na caridade suscita caridade 
"Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele" (1 Jo 4, 16) 

Queridos irmãos e irmãs!
A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da acção do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.

1. A fé como resposta ao amor de Deus
Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4, 16), recordava que, «no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (...) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um “mandamento”, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro» (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal - que engloba todas as nossas faculdades - à revelação do amor gratuito e «apaixonado» que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: «O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no acto globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está "concluído" e completado» (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os «agentes da caridade», a necessidade da fé, daquele «encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor» (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor - «caritas Christi urget nos» (2 Cor 5, 14) - , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.
«A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (...) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única - que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir» (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente «o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado» (ibid., 7).

2. A caridade como vida na fé
Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o «sim» da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).
Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n'Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma «fé que actua pelo amor» (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).
A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é «caminhar» na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).

3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade
À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma «dialéctica». Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o carácter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o activismo moralista.
A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e acção, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De facto, por vezes tende-se a circunscrever a palavra «caridade» à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o «serviço da Palavra». Não há acção mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI, na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal factor de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8). Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contacto com o divino que é capaz de nos fazer «enamorar do Amor», para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.
A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: «É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas acções que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos» (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.

4. Prioridade da fé, primazia da caridade
Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a acção do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama:«Abbá! – Pai!» (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: «Jesus é Senhor!» (1 Cor 12, 3) e «Maranatha! – Vem, Senhor!» (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).
Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5).
A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Baptismo e a Eucaristia. O Baptismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé («saber-se amado por Deus»), mas deve chegar à verdade da caridade («saber amar a Deus e ao próximo»), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).
Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!

Vaticano, 15 de Outubro de 2012


BENEDICTUS PP. XVI

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Bento XVI anuncia a decisão de deixar o cargo. Sede vacante a partir de 28 de fevereiro. Eleição do novo Papa em março

Eis as palavras com que Bento XVI anunciou a sua decisão:

Caríssimos Irmãos, convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Entenda o significado da oração do Pai Nosso

No Evangelho de Mateus, Jesus ensina: “... o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes. Vós, portanto, orai assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome...” (Mt 6,8-9). Dessa forma, Cristo ensina a principal oração dos cristãos, que os acompanha desde os primórdios da fé. 

O Catecismo da Igreja Católica classifica a oração do Pai Nosso como a oração que está no centro das Escrituras, “a Oração do Senhor” e a oração da Igreja. E, Santo Agostinho explica que todas as orações da Bíblia, inclusive os Salmos, se convergem nos pedidos do Pai-Nosso. “Percorrei todas as orações que se encontram nas Escrituras, e eu não creio que possais encontrar nelas algo que não esteja incluído na oração do Senhor (Pai Nosso)”. 

A importância dessa oração está vinculada, antes de tudo, ao fato de ter sido ensinada pelo próprio Cristo aos apóstolos e transmitida aos cristãos de hoje por meio da Sagrada Escritura e da Tradição. O Catecismo diz que ela deve ser tida como principal modelo de oração cristã, com a qual se inicia todas as demais orações. Todavia, não deve ser recitada como uma fórmula repetida “maquinalmente”. 

De acordo com padre Alessandro Henrique das Chagas, pároco da Paróquia de Santa Cecília, em Cruzeiro (SP), a oração do Pai Nosso é fundamental porque contém tudo aquilo que é essencial para a vida humana. 

“O Pai Nosso tem sete pedidos incluídos em si. Esse número na Sagrada Escritura significa a plenitude, plenitude de tudo aquilo que o homem precisa. Então, ela é fundamental porque o que está contido no Pai Nosso é aquilo que nós precisamos para nossa vida de cristãos, para a experiência da nossa fé em Deus”, explicou. 

O sacerdote também ressalta que esta oração traduz a centralidade da pregação de Jesus: revelar o rosto paternal de Deus. "Jesus Cristo traz a identidade de Deus, Ele mostra que Deus é Pai, tanto que, a primeira palavra que Ele usa ao ensinar os discípulos a rezar é 'Pai'; Cristo os ensina a chamarem Deus de Pai." 

Segundo padre Alessandro, aqueles que rezam esta oração recordam a sua filiação a Deus Pai, concedida aos homens por meio de Jesus Cristo. Na explicação do sacerdote, em Jesus todos são filhos e filhas, e para Deus é uma alegria ser chamado de Pai. "Deus se alegra em ter-nos como filhos", afirmou. 

No Ano da Fé, a Igreja convida os católicos a aprofundarem o seu conhecimento sobre a fé. Veja abaixo, na tabela, os significados de cada expressão rezada na oração do Pai Nosso e conheça um pouco sobre as explicações que o Catecismo Jovem (YouCat) traz sobre esta oração.

(Clique para ampliar)



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A importância do planejamento

Já imaginaram se os arquitetos e engenheiros decidissem construir um arranha-céu com os detalhes todos guardados na memória? O tamanho exato de cada degrau de cada escada, a altura exata de cada pé direito, de cada porta, janela, largura dos corredores, detalhes de acabamento de cada ambiente, etc, etc, etc, etc, etc. Não se poderia afirmar que tal projeto desse certo, não é mesmo? Para isto existe o projeto onde se detalha cada item e se evita esquecimentos graves capazes de comprometer a própria realização da obra. Esta é a verdadeira dimensão da necessidade de planejamento para qualquer outro tipo de obra, de qualquer área! Nas Equipes de Nossa Senhora, não é diferente... Muitas pessoas envolvidas em muitos projetos (pessoais, familiares, religiosos, comerciais...) e programar-se é o primeiro passo para conseguir cumprir tais compromissos.

Planejar não significa apenas buscar o registro dos detalhes para evitar esquecimentos. Ë bem mais do que isso. Planejar é ordenar as ações. Um bom planejamento consegue minimizar todos os tipos de perdas de tempo, de espaço, de dinheiro. O tempo que se “perde” planejando é reconquistado com juros e correção monetária no momento de se dar a partida para a construção da idéia. Trazendo isso para as ENS, devemos pensar que o primeiro planejamento feito acontece mesmo antes de pensarmos que está sendo planejado. A ERI planeja e passa para a Super Região, que também faz seu planejamento e passa para as Províncias. Esta por sua vez, se organizam e passa suas idéias para as Regiões, que do mesmo modo, repassa aos Setores chegando, finalmente, até as equipes. A nós, equipes de base, chega um calendário das atividades do ano, como vemos abaixo (2013 - semestral):



Diante disso, é aconselhável que as equipes de base também façam seu planejamento, de forma que fiquem agendadas as reuniões mensais e atividades extras da equipe. É muito importante que o Conselheiro também participe e assim, cada membro em posse de suas agendas, escolhem as melhores datas para os compromisso da equipe. Com o calendário da equipe em mãos, todas as coisas ficam mais organizadas e mais fáceis de se cumprir, sem falar que ficam todos "compromissados" como os eventos.  Outro ponto importante disso tudo é evitar o desgaste de ficar ligando para todos os casais em busca de local e data para os eventos todo mês. Se já está programado, é só seguir a programação. Vejam um exemplo a seguir, um calendário de uma das equipes de Jundiaí, que recebemos e - por achar muito bem organizado - partilhamos com vocês:

(Clique para ampliar)

O ato de planejar é exclusivo do ser humano, nenhum animal é capaz de planejar suas ações se não o homem, um ser racional. Em todos os momentos de nossas vidas estamos agindo sobre aquilo que, de alguma forma já foi planejado; como por exemplo, o simples fato de acordar em determinada hora, tomar banho, ir à feira, trabalhar. Essas ações já foram planejadas em momentos anteriores. 

E aí, sua equipe já montou o calendário 2013? Que tal colocar isso em prática?! 



Érica e Wilson Costacurta
Equipe 18A - Jundiaí
Fonte:

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013