domingo, 6 de maio de 2012

Jubileu de Ouro (parte II)

A seguir, continuamos a transcrever o depoimento do casal Marisa e Gustavo Fleury, dado na ocasião dos 35 anos de ENS em Jundiaí, para o jornal O Mensageiro:

"...
O terceiro passo, talvez o mais importante para sairmos de nós mesmo: o Curso de noivos. Alguns casais maravilhosos de São Paulo aqui vieram para orientar-nos e deixaram-nos entusiasmados para dar o curso.
- Mas, a quem? Onde estavam os noivos?
O vigário deu-nos alguns vagos nomes e seus endereços incríveis. Saímos de porta em porta a tentar explicar o que ele seria, sua validade e utilidade, a quem nunca tinha ouvido falar nessa novidade: curso para casar.
O primeiro: duas noivas e um noivo;
O segundo: um casal sozinho...
Mas o dedo de Deus aí estava. Este ultimo casal gostou tanto que arregimentou sozinho 15 casais (alguns já casados)  para fazer o curso de noivos. E hoje, em Jundiai, nenhum casal se une em matrimônio sem se preparar atraves de um dos muitos cursos dados durante o ano nas paróquias.
Em 1.964 formaram-se mais 2 equipes e, um ano depois, o movimento ganhava corpo com a formação  de mais 3 equipes e passando de Coordenação a Setor, começava a desenvolver suas potencialidades.
Daí para frente, todos os movimentos de leigos de Jundiaí tiveram sempre como iniciadores e incentivadores os casais equipistas.
Lembramo-nos de Tito, quando chegou em casa dizendo:
- Fiz o "Cursilho". Estou vibrando! Precisamos traze-lo para Jundiaí!
E o Cursilho veio, através do esforço de alguns equipistas, para logo depois continuar e crescer magnificamente por si mesmo!...
As Equipinhas vieram atender a uma necessidade de iniciar nossos filhos na comunidade cristã à semelhança de nossas equipes.
A seguir, o trabalho com casais desajustados, quando iamos nas casas procurando fazê-los dialogar. A maioria dos problemas se resolvia por este simples fato de os dois conversarem. Depois, o trabalho passou a ser feito no Fórum.
Logo em seguida, os equipistas foram despertados para o trabalho com os jovens: comunidades, TLC (treinamento liderança cristã), Alicerce, Jeca, etc., e a eles se entregaram de corpo e alma, chegando alguns mesmo a se tornarem verdadeiros pais espirituais de um sem número de jovens carentes de afeto e guia.
Um de nossos conselheiros espirituais convoca-nos em 1.968 para uma experiência nova: "Missão Familiar".
Imaginem só: Ir de casa em casa, por 3 noites consecutivas, reunir os vizinhos e falar-lhes sobre o Evangelho! Isso antes que o Concilio Vaticano II nos sacudisse.
Com a cara e a coragem (empurrados pelo Espirito Santo, é claro) fomos lá.
Qual não foi o nosso espanto ao ver que os vizinhos, em vez de rirem de nós e fugirem, compareciam em número maior a cada noite, e como queriam ouvir a palavra de Cristo!
Essa foi nossa maior descoberta: que os outros estão ávidos de Deus, mesmo que às vezes não percebam. Um deles nos dizia:
- Dona, nós gostamos de ouvir falar de Deus, então ouvimos as Testemunhas de Jeová, os Mormons, os Protestantes, etc., quem vier conversar conosco.
E nós, porque não vamos falar com eles? Depois do segundo ano dessa missão familiar, os vizinhos tambem quiseram entrar para as Equipes. Como o número era grande e poucos os Conselheiros Espirituais, formaram-se as Equipes paroquiais. Cada equipe teria como assistente um casal equipista, que receberia orientação do vigário.
Hoje em dia, em quase todas as paróquias de Jundiaí, existem dezenas de equipes paroquiais, que já não dependem das ENS.
Em 1971, Pe. Pastore nos convoca para lançar aqui um novo tipo de encontro: os ECC (Encontro de Casais com Cristo). O Movimento "pegou" e muito tem feito por Jundiai. Também o ECC, a exemplo dos anteriores, agora caminha independente das ENS.
Em 1969, um de nossos casais, Dirce e Rubens, é convocado como responsável pela ECIR, equipe que coordena as ENS no Brasil. Daí para frente, a contribuição dos casais de Jundiaí passaria a se dar em âmbito nacional, e, principalmente em quase todas as Sessões de Formação, mutirões e EACRES que o movimento realizou durante muitos anos.
Outros sete casais foram também convocados a trabalhar com a ECIR e como Regionais, tendo sido responsáveis por sete Regiões de nosso movimento: Nenê e Zinho, Had e Neuradir, Marisa e Fleury, Arlete e Milton, Therezinha e Ronaldo, Chico e Dina e Orlando e Wilma.
Outros de nossos casais, Cidinha e Igar sucedeu Dirce e Rubens como responsáveis da ECIR e atualmente eles coordenam a ERI, orgão responsável pelas ENS no mundo.
Hoje Jundiaí conta com 16 equipes e uma em experiência comunitária.
Temos casais equipistas na Coordenação da Pastoral Familiar Diocesana e do SOF (Serviço de Orientação Familiar), na pastoral pré-matrimonial, na pastoral de casais em 2ª união, dando aula de catequese nas paróquias, dando aulas de Formação Humana e Cultura Religiosa no Colégio Divino Salvador, ajudando a tirar meninos de rua na "Associação de Educação do Homem de Amanhã" (Guardinha), participando da formação de novas comunidades neo-catecumenais, evangelizando na Paróquia de Varzea Paulista, dando palestras no E.C.C. e nos Reencontros de Casais, levando uma mensagem de oração, fé e espiritualidade às familias e ajudando nas liturgias das paróquias entre outros tantos trabalhos anônimos.
O que teria acontecido conosco, com nossa cidade, se estes dois primeiros casais não tivessem se desinstalado, deixando tudo para vir à Jundiaí lançar uma sementinha, que eles nem sabiam se iria frutificar ou não?
Talvez até hoje, eles nem se aparecebem do que fizeram.
Por isso nós tambem não podemos nos acomodar. Não sabemos o que Deus espera de nós. So podemos lhe dizer: Senhor, aqui estamos. Obrigado por tudo e, se tiver outro desses apelos malucos que nos faça rir a principio, por sentir o peso da nossa pequenez, da nossa ignorancia, da nossa pouca fé, mesmo assim lhe diremos: Aqui estamos! Tome o nosso corpo fraco e o torne capaz de fazer, EM SEU NOME, maravilhas!..."

Marisa e Gustavo Fleury
Equipe 01
(no ano de 1997, em ocasião dos 35 anos das ENS em Jundiaí)

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