segunda-feira, 14 de maio de 2012

Administradores da obra de Deus

Em um dia de sábado, alguém teve que dar a seguinte resposta por uma boa obra realizada: “Meu Pai continua trabalhando até agora e eu também trabalho” (Jo 5, 17).

Foi Jesus seu autor. Através d’Ele, temos a revelação plena do Deus Criador – Trabalhador. É bonito pensar e refletir nestas palavras do carpinteiro Jesus de Nazaré, nas suas obras de resgate dos homens, quando estes se afastaram do plano original da Aliança Divina, pacto entre o Eterno e o transitório, caminhada à eternidade, um trabalho custoso e delicado a todos nós.

O carpinteiro Jesus é o Filho de Deus feito homem: “Ele tinha condição divina (...) Esvaziou-se a si mesmo (...) tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentou-se como simples homem ...” (Fl 2, 6-7). Com suas próprias mãos e suor de seu rosto, trabalhou pelo pão de cada dia, Ele que é o “Pão da Vida” (cf. Jo 6,48). E o Pai estabeleceu uma Nova e Eterna Aliança com seus filhos e filhas através de seu Unigênito, criatividade Divina e Amorosa em prol da salvação da humanidade, nem sempre disposta a ser parceira nesta empreitada.

Porém, o Autor do Universo quis precisar de colaboração diversificada, mão de obra especializada, de continuadores do “sonho divino”, homens e mulheres desejosos de vida e amor, inspirados pelo Criador “a tornarem-se uma só carne” (cf. Gn 2, 24c).

A união natural entre homem e mulher é intrinsecamente divina. É símbolo da Aliança de Javé com o povo eleito, por quem Ele tem ciúmes (cf. Ex 34,14) e foi elevada a dignidade sacramental por Cristo.

Quando os seus discípulos decidem à luz da Fé unir-se em casamento, doando-se um ao outro, sinalizam a presença atual do Senhor na Obra da Redenção do mundo, como nos ensina o Apóstolo Paulo: “Maridos, amem suas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25).

Na circulação do Amor Trinitário, o zelo divino é atual e constante, pura obra da Graça em nosso favor. Casais unidos pelo casamento cristão: há muitas descobertas a serem feitas, cotidianamente na vivência de tão grande chamado, apesar da dureza de alguns corações pela qual “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e depois repudiar a mulher”, e também hoje, o homem. “Mas não foi assim desde o início. Deus os fez homem e mulher. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar” (Mc 10, 7-9).

Uma obra tão bem planejada nos foi entregue. Na liberdade de filhos e filhas de Deus, ousemos concretizá-la em nosso ser de casal cristão e na sociedade fragilizada e manipulada por situações antigas, com roupagens novas, como o ter cada vez mais acima do ser, gerando exclusão afetiva, econômica e até religiosa.

Mediante o suor de nossos rostos e dos calos de nossas mãos, unidos pela Mística do Casamento, compreenderemos que “não basta fazer por fazer, é preciso fazer bem feito, como competentes administradores da obra de Deus” (Nilma e Oleudo – CM 436).

Pe. Marcelo Piller 
SCE da Região Rio II 
Nova Friburgo-RJ
* Texto extraído da Carta Mensal - Abr/2012

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