quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Jó - O sentido do sofrimento

O caminho pela História da Salvação do povo hebreu passa pelos sofrimentos e dificuldades decorrentes da esperança em Deus: são problemas concretos da vida. O escritor sagrado, na tentativa de uma explicação, tenta fazer isto com a história de um homem idealizado, Jó.

Essa história conta a caminhada do povo hebreu na busca de um sentido para essa situação. Inicia com uma queixa amarga: “Qual a razão da existência do sofrimento?” (cf. Jó 3, 20-26). Em primeiro lugar, o povo procura a explicação dentro do nível cultural primitivo; o sofrimento era proveniente do mal cometido pelos antepassados (cf. Js 7, 10-15) ou que cada pessoa recebe o resultante das suas ações, aquilo que merece: “O indivíduo que pecar, esse irá morrer” (Ez 18, 4). O justo tem a recompensa, o pecador recebe o castigo. Mas o escritor sagrado, através da boca de Jó, recusa esse entendimento: “Vocês são mentirosos e charlatães. Vocês descarregam no infeliz toda a culpa e desafiam a Deus pensando que o têm nas palmas da mão” (cf. Jó 13, 4-5 e 12, 5-6). O sofrimento não pode ser um castigo de Deus! Essa constatação é evidenciada por Jó: “Eu sei que sou inocente, que sou justo. Por que esse sofrimento? Mostra-me as minhas transgressões e os meus pecados!” (cf. Jó 13, 17-27). E os filhos de Israel procuram um sinal no fim do túnel (cf. Jo 13, 1-3). Finalmente, eles encontram a luz no horizonte da vida, uma nova imagem de Deus: Ele permite esses acontecimentos para expressar a sua justiça e a sua misericórdia: “Ele quer arrancar você da angústia e levá-lo a um lugar espaçoso e aberto, para servir a você com mesa farta” (Jó 36, 16).

Nos nossos dias, muitos de nós, Equipistas, continuam com indagações e dúvidas a respeito do sentido do sofrimento. Mas para aquilo que o povo judeu aprendeu a duras penas, em uma experiência de séculos, Cristo nos mostra um novo significado e, mesmo, uma nova alegria: a linguagem da Cruz. Ele é o exemplo! O sofrimento é um mistério, tem um sentido e não é a última palavra:

“Deus vai enxugar toda lágrima”! (cf. Ap. 21, 4).

Fátima e João Bosco
Eq. 5A - Jundiaí/SP

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