segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ir ao encontro e acolher

“Eu não posso acreditar que a vida cristã de um casal seja muito profunda se ele não se sentir responsável por seus irmãos” (Pe. Caffarel).

Sem Jesus Cristo, não é possível viver em plenitude o amor humano. Por isso, precisamos estar unidos a Ele. O seu amor, que nos une, nos impulsiona ao encontro dos irmãos. A oração é indispensável para fortalecer essa união e para abrir o nosso coração à ação do Espírito Santo, que nos predispõe e conduz à prática da verdadeira caridade cristã, que se manifesta no servir.

Somos comparados por Jesus às ovelhas. As ovelhas procuram estar sempre unidas e são muito solidárias umas com as outras. Se uma ovelha adoece ou está ferida, todas se agitam e ficam em sua volta, cuidando para que reaja e melhore. As ovelhas ouvem e atendem ao chamado do seu pastor e não dão ouvidos aos que não conhecem. São fiéis ao seu pastor. Também nós precisamos estar unidos em comunidade e sermos fiéis ao nosso Pastor, cuja missão foi revelar a Misericórdia do Pai e salvar a todos. Quanta paz deve ter sentido o bom sa-maritano, que acolheu o ferido caído, limpou as suas feridas, deu-lhe a sua atenção e o seu tempo. Como Jesus deve tê-lo amado!

O que fez e o que nos pede Jesus?
Jesus foi ao encontro dos diferentes, dos excluídos, dos que se encontravam na outra margem. Foi à Samaria, atender e curar os leprosos e os pecadores. Foi ao encontro dos discípulos de Emaús. Foi à casa de Zaqueu. Há uma grande diferença entre esperar e ir ao encontro. Assim como tocou o coração do samaritano, Jesus nos pede para ir ao encontro dos que, por não conhecê-Lo, já perderam a esperança.

O que devemos fazer?
Ir mais além! Maria nos indica o caminho: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. E Jesus nos diz como fazer, com palavras e obras. Ele espera que coloquemos em prática o compromisso que assumimos de nos esforçarmos no aperfeiçoamento da vivência do amor conjugal, expandindo esse amor aos filhos, aos que nos são próximos, àqueles por quem somos responsáveis e aos que, precisando de nós, pudermos ajudar. Temos um campo vasto para arar e agir.

O tema de estudos deste ano refere-se à Segunda Inspiração (1988), para chamar atenção para o serviço na Pastoral Familiar, além de outros meios sociais. Servir, para ajudar a curar as feridas causadas por tantas iniciativas impiedosas, não-cristãs, que resultam em provações e tristezas. Servir, para partilhar o amor. Amor que não transborda, não é amor.

É nesse plano que se coloca o nosso esforço pela santidade, não só para nós, mas para todos. A verdadeira caridade transforma e santifica quem a pratica e quem a recebe. A nossa caridade somente será fecunda na medida em que, através dela, as pessoas recuperarem a confiança no amor de Jesus.

Em meio aos sofrimentos provocados pela guerra, o Espírito Santo inspirou alguns poucos casais de oração a procurar o Pe. Caffarel, que formou, então, com eles, uma pequena comunidade. Juntos, foram em busca do que, para o momento, poderia parecer inusitado e fora de contexto, mas que constituía o que era essencial: redescobrir a vontade de Deus, colocada no coração de cada homem e de cada mulher, desde a criação.

A semente plantada na França, graças, mais uma vez, ao Espírito de Deus, chegou ao lar e aos corações de Nancy e Pedro Moncau. “Eis o que eu tanto ansiava”, exclamou Pedro. Conhecemos a história. Tal como uma figueira centenária e frondosa nasce de uma pequeninha semente, o Movimento cresceu e se consolidou no Brasil.

O Espírito Santo continua agindo, inspirando-nos a servir com amor, pois é desse jeito que Ele o fazia. Como fazê-lo, senão a partir do encontro profundo com o Cristo, fonte do próprio e verdadeiro amor?

Sílvia e Glauco 
CR Província Sul III
Carta Mensal - Agosto 2012

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