É preciso relembrar que, na prática, as diferentes etapas podem repetir-se tantas vezes até que o novo responsável seja definitivamente nomeado. Parece-nos, no mínimo, importante que cada “candidatura” siga o mesmo percurso e passe por cada uma das etapas do chamado. Lembremo-nos, igualmente, que é o Senhor que chama, e que temos de nos colocar inteiramente em suas mãos. Só uma oração verdadeira e assídua, pode dar-nos as condições de confiança total na sua ação. É a altura de nos tornarmos suficientemente pobres de nós mesmos, para nos colocarmos à sua escuta, maleáveis ao seu Espírito. É aconselhável efetuar o chamado do novo casal para “o serviço” antes do fim do serviço do casal a ser substituído, para que o novo casal possa dispor de um tempo de aprendizagem e possa conhecer melhor as particularidades do serviço para o qual é chamado.
UM TEMPO PARA O DISCERNIMENTO
Para o casal que apela
Lembremos que esse “tempo” começa no dia em que um casal respondeu positivamente ao chamado de se colocar ao serviço do Movimento. É desde o primeiro dia, efetivamente, que se deve estar atento Portanto, remeto para Ele todas as minhas preocupações, todas as minhas atitudes. “Qual de vós, se o filho lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? […] quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!” (Lc 11,11-13). aos casais, a fim de descobrir os carismas neles escondidos. Durante o período do seu serviço o responsável encontrará, então, o momento propício para colocar um ou outro casal “à prova”, confiando-lhe uma tarefa pontual. Lembramos que o chamado de um responsável para as Equipes faz-se na colegialidade. O documento sobre a “colegialidade nas Equipes de Nossa Senhora” editado pela ERI, depois de um estudo, fruto dos colégios de Melbourne e de Roma, fala do “chamado” nos seguintes termos:
“Desde as origens das Equipes de Nossa Senhora, a Colegialidade faz parte das práticas de funcionamento do nosso Movimento, com a finalidade de um bom entendimento, mas também para a tomada de decisões. Por outro lado, implica a presença de casais que responderam a um chamado, em vista de serviços definidos.
Este chamado, que passa por homens e mulheres, é antes de tudo um chamado do Senhor para prestar um serviço. Logo, Ele confere a cada um os mesmos direitos e os mesmos deveres e assegura, assim, as condições indispensáveis à constituição de uma verdadeira colegialidade” […]. As entidades super-regionais, regionais ou os setores ligados à ERI são lugar privilegiado para o exercício da colegialidade e do espírito de comunhão com o Movimento na Igreja universal: pela competência das suas instâncias na resolução dos problemas locais de organização ou da gestão das Equipes de Nossa Senhora, na escolha e no chamado a novos responsáveis e na animação do Movimento”.
No processo do chamado encontram-se as mesmas leis, os mesmos princípios daqueles que governam a verdadeira colegialidade. Lembremo-los aqui, sem entrar em detalhes, revendo para isso um documento sobre a “colegialidade”: a igualdade, a transparência, o debate, o equilíbrio entre colegialidade e responsabilidade, a cadeia da colegialidade (Exercício da Colegialidade nas ENS). O chamado implica, por um lado, uma caminhada com o sinal do espírito de colegialidade, ele implica igualmente estes:
- uma procura comum da verdade
- uma procura de comunhão e de consenso
- o estabelecimento de uma confiança
- um processo de responsabilização e de decisão
- uma aceitação, sem reserva, da decisão comum
Para o casal que recebe o chamado
Lembremo-nos de que o chamado se dirige a um “casal” e não a um dos cônjuges. É, portanto, em casal, que as diferentes etapas acima mencionadas são vencidas. Para o seu discernimento, o casal apoiar-se-á, entre outros, nos Pontos Concretos de Esforço: Oração Conjugal, Dever de Sentar-se, Oração Pessoal…
Distinguimos principalmente as etapas seguintes:
- um tempo de oração
- um tempo de discernimento
- um tempo de consulta
- um tempo de resposta
A Procura do Casal para um serviço ou do Conselheiro Espiritual
Cada entidade responsável (Setor, Região, Província, Super-Região, ERI) tem os seus próprios hábitos, as suas próprias maneiras para recolher (com a maior discrição) um máximo de nomes (grifo nosso). O que é essencial é que isso seja feito de uma forma colegial no seio da equipe responsável dessas entidades. Não ter medo de insistir nem de voltar a contactar os candidatos que antes tinham recusado a comprometer-se. As circunstâncias da vida podem, entretanto, ter mudado, e as motivações igualmente. E lembremo-nos também que é o Senhor que apela.
A pré-consulta
O fim desta primeira etapa concretiza-se por uma lista de vários nomes (3 ou 4) de “possíveis candidatos”. O aviso do casal ligação com a entidade correspondente será solicitado:Para o Setor : o casal responsável da Região
Para a Região : o casal responsável da Super-Região ou da Província
Para a Província : o casal responsável da Super-Região
Para a Região ou Setor diretamente ligado à ERI: o casal de ligação de Zona
Para a Super-Região: o casal de ligação de Zona Os resultados desta etapa de procura serão, em seguida, partilhados no Colégio da respectiva entidade, que será consultada posteriormente.
Ajuda para o discernimento na escolha
Para nos ajudar a orientar a nossa procura de um casal para “o serviço” nas ENS, observemos os casais, memorizando os elementos seguintes:
- Toda a responsabilidade das ENS é vivida em casal. No casal em questão, mesmo que um dos cônjuges, por exemplo, se exteriorize mais facilmente do que o outro, os dois cônjuges estão ambos implicados? Tomam as decisões em casal?
- Logo que os tenhamos visto agir no seio das ENS, fizeram prova do sentido de organização, de um espírito de serviço, do sentido da verdadeira colegialidade? Sabem eles delegar, ou querem eles fazer tudo?
- Têm uma equipe de base pronta a aceitar o seu compromisso e a ajudá-los?
- Trata-se de um casal irradiante?
- Trata-se de um casal para quem a oração é essencial? Confiam no Senhor, sempre que têm de tomar decisões importantes? Fazem chamado ao discernimento do Espírito?
- Qual o seu conhecimento do Movimento (seu carisma, sua mística)? Gostam verdadeiramente do Movimento? Acreditam na sua pedagogia?
- Qual é a participação do casal na vida do Movimento?
- Que experiência anterior têm do Movimento? Que outros serviços já lhe prestaram?
- Qual é a sua capacidade de escuta do outro?
- Amam a Igreja? Têm consciência do que aí se passa?
- Qual o nível da sua educação religiosa? (eventualmente, interrogar, mas discretamente, ao Conselheiro Espiritual do Setor, Região, Província, Super-Região).
- Antes de aceitar e pôr-se ao serviço do Movimento, o casal deverá efetuar escolhas entre diferentes compromissos, tanto pessoais como de casal, isto é, estabelecer prioridades. Está pronto a sentar-se e a discernir com a ajuda do Espírito Santo? Ou vai tentar acumular e talvez diluir os seus compromissos? Iremos, talvez, ajudá-lo a discernir.
- Facilidade de relacionamento com outros.
Com certeza ninguém é possuidor de todas estas qualidades ao mesmo tempo. Haverá uma ou outra que falta. Porém, será levado a encontrar um bom equilíbrio, um certo compromisso. Se não pudermos responder a uma ou a outra questão, por falta de conhecimento do casal, procuremos informar-nos ou “pô-los à prova”, em uma ou outra ocasião. Não tomar uma resolução de última hora, mas preparar a sucessão com suficiente antecedência.
UM TEMPO PARA A DECISÃO
A escolha de um Casal para o serviço ou do Conselheiro Espiritual
Depois de recolhidas todas essas informações, voltar-se-á à entidade respectiva (Setor, Região, Província, Super-Região, ERI), que estabelecerá, colegialmente, a sua escolha. Só, então, o responsável poderá fazer o chamado.
O chamado para o responsável da respectiva entidade:
As condições do chamado devem ser preparadas cuidadosamente:
-Na oração.
- Por um encontro pessoal.
- Dando ao casal um tempo de reflexão suficiente, mas com limites, determinado conjuntamente. Nada substitui um encontro pessoal para, com tempo, explicar ao casal a missão desse chamado, e para poder responder a todas as questões. Evitar, quando possível, os chamados feitos por telefone, carta ou Internet!
Nunca é demais insistir sobre a importância de apresentar o “serviço”, para o qual fazemos o chamado, com toda a clareza e verdade. De que serviço se trata? Quais os cargos e as responsabilidades? Qual a sua duração? O que é que já está feito? Etc.
UM TEMPO PARA A NOMEAÇÃO
A nomeação oficial é feita:
- Para o Setor : pelo Casal Responsável da Região.
- Para a Região: pelo Casal Responsável da Super-Região ou da Província, ou da ERI para as Regiões ligadas directamente à ERI.
- Para a Super-Região: pelo Casal Responsável da ERI.
- Para o Responsável ou para o Conselheiro Espiritual da ERI: com a aprovação do Presidente do Conselho Pontifício para os Leigos.
UM TEMPO PARA A FORMALIZAÇÃO
Este tempo representa a etapa administrativa, que permite, no futuro, que o novo responsável possa ser o destinatário de tudo o que lhe diz respeito no Movimento.
Distinguimos as tarefas seguintes:
- O casal cessante preenche a ficha de informação para a escolha do Casal Responsável ou do Conselheiro Espiritual (estas fichas estão disponíveis no Secretariado Internacional em suporte informático e de papel). Envia, por correio, uma cópia aos acima mencionados (Europa).
- O casal cessante envia por correio o pedido de nomeação ao responsável da respectiva entidade (Europa).
- A formalização final para o pedido de nomeação do Casal Responsável:
* para o Setor: o casal responsável da Região.
* para a Região: o casal responsável da Super-Região ou da Província.
* para as Regiões ou Setores ligados à ERI: o casal responsável da ERI.
* para a Super-Região: o casal responsável da ERI.
Retirado do Acervo de Formação do site das ENS (ens.org.br). O próximo capítulo será publicado em breve, mas caso queira ler na íntegra, acesse o link https://www.ens.org.br/acervo-de-formacao/material-de-formacao/vida-de-equipe
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