A visão dos homens no tempo em relação aos seus deuses era frustrante. Estes pareciam se colocar à distância dos seres humanos, encastelados no “Olimpo”, entre prazeres e orgias, sem se incomodarem com as labutas e as dificuldades da humanidade. Os pensamentos e as esperanças conduziam aqueles, que descriam desses deuses, a uma efetiva aspiração de um Deus que se incomodasse com eles, que viesse eliminar tantas dúvidas, tantos sofrimentos, tantas “não respostas” aos habitantes da terra.
Mesmo o povo hebraico, apesar do reiterado anúncio da vinda do esperado Messias, passava a esperar um rei guerreiro, conquistador, que deveria resgatar o reino dos judeus e conquistar o mundo, eivado de paixões e ódio como os demais deuses daquelas épocas.
Na verdade, um sinal maravilhoso, prometido por Deus, não era lembrado: um Deus que viesse ao mundo para responder àquelas esperanças, que mostrasse o valor do sofrimento e de uma vida fundamentada no serviço e amor. O vaticínio do Deutero-Isaías sobre o “Servo de Deus” (cf. Is 52, 13), tinha sido esquecido. Aquele que “iria se humilhar” (cf. Is 53, 7), “que iria se entregar à morte” (cf. Is 53, 12), “ser esmagado pelo sofrimento” (cf. Is 53, 10), “para devolver a muitos a verdadeira justiça” (cf. Is 53, 11), esse misterioso “Servo”, havia se desvanecido de suas mentes e corações.
Nós, casais equipistas, como temos respondido ao anúncio maravilhoso do “Servo de Deus” mostrado no Antigo Testamento? Com a certeza de um Deus que participaria de nossas vidas, que viria para ensinar-nos o valor do servir e elevar-nos à natureza divina?
Nunca olvidemos das lições do Deutero-Isaías e de Paulo:
“Ele tinha a condição divina, mas não se apegou à sua igualdade com Deus. Ao invés, esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo”!
(Fl. 2, 6-7).
João Bosco e Fátima
Eq. 5A - Jundiaí/SP